Paralisação
Servidores do Hospital-Escola entram em greve
Entre os principais impactos estão as cirurgias eletivas que serão interrompidas
Resultou em greve a negociação salarial entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e os seus servidores. Após rechaçar proposta apresentada no último dia 25, a categoria orientou as bases locais a paralisar atividades como as cirurgias eletivas a partir de terça-feira (05). Funcionários do Hospital-Escola, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), administrado pela empresa, aprovaram o indicativo e irão aderir ao movimento. O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), deve seguir o mesmo caminho, mas a definição só sairá hoje, após assembleia dos trabalhadores.
A última proposta de acordo apresentada pela empresa, no dia 25, oferecia 60% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mediu a inflação em 3,8% para 2018 e 4,1% em 2019 - o que representaria um aumento de 1,02% para os trabalhadores. Também foi garantido o intervalo de 30 minutos para empregados da área administrativa que cumprem jornada de oito horas diárias, algo previsto na Reforma Trabalhista do governo federal. Um dia depois, os funcionários a rejeitaram.
Recorrente
De acordo com a delegada adjunta do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (Sindiserf) e empregada da Ebserh em Pelotas, Sabrina Preto de Oliveira, houve a tentativa, por parte da empresa, de vincular o reajuste de 100% ao não recebimento de retroativo por parte dos servidores - seria paga, no lugar, uma parcela de R$ 1.800,00. "É um desrespeito, pois é um direito nosso", reclama, destacando que foi dado um prazo de 15 dias para apreciação da proposta, mas ela foi rechaçada um dia após a apresentação. "É de interesse deles estipular prazos e novas propostas, novas reuniões.
Sabrina frisou que o movimento respeitará a lei que obriga 30% dos trabalhadores a continuarem trabalhando durante a greve. Em Pelotas, a Ebserh funciona com 800 funcionários. Em Rio Grande são 570.
Reajuste salarial
Na moção de repúdio apresentada pelo Sindiserf está exposta também a busca da Ebserh por condicionar o acordo de 2018/2019 à retirada de pauta do processo de dissídio referente a 2017/2018. Tal negociação foi encaminhada ao TST devido ao não pagamento do acordo coletivo da categoria - e ainda não se chegou a um denominador comum.
O reajuste salarial - ou a falta dele - resulta em greve dos trabalhadores da Ebserh em pelo menos três tentativas de negociações. Em 2016/2017 também houve paralisação nacional dos funcionários, mas, naquela ocasião, Pelotas e Rio Grande ainda se adequavam ao primeiro ano de administração dos hospitais universitários pela empresa.
O que diz a empresa
Em nota enviada ao Diário Popular, a Ebserh esclarece que mantém aberto o diálogo com os empregados para finalizar o acordo coletivo de trabalho 2018/2019. No texto, destaca também que as propostas apresentadas incluem avanços nas cláusulas sociais e aumento salarial. "Na parte social, destaca-se a prorrogação do prazo de usufruto do intervalo da empregada nutriz, alteração da idade mínima e máxima dos dependentes legais para empregado acompanhar em consultas médicas, possibilidade de intervalo mínimo de 30 minutos de almoço para empregados administrativos que laborem oito horas diárias. Na parte econômica, a proposta para o ACT2017/2018 - pagamento de 100% do INPC do período (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) com pagamento de dois meses retroativos (janeiro e fevereiro de 2018), ou pagamento de 100% do INPC do período mais pagamento de uma parcela de R$ 1.800 para cada funcionário. Para o ACT 2018/2019, a proposta é de 60% do INPC do período. Todas as propostas estão de acordo com as orientações do Ministério do Planejamento."
A empresa finaliza reforçando que se mantém, junto aos empregados, "na direção de modernizar a gestão dos hospitais universitários federais e oferecer melhores condições de trabalhos nas unidades". Em 2018, a Ebserh contratou nas unidades país afora mais de três mil funcionários e a previsão é terminar 2018 com mais dois mil servidores via concurso público.
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